“VIAGEM AO OCULTO E IMAGINÁRIO

OS ORISA DENTRO DO CULTO CANDOMBLE.

 

 

 

“VIAGEM AO OCULTO E IMAGINÁRIO”

 

 

Damos este titulo, pois na realidade tocar ou cantar um candomblé, se é assim que podemos citar, é sim uma viagem inesquecível ao oculto, imaginário, pois senão vejamos, logo após ao ritual do Ipade, e no começo do sire dos orisa, a primeira cantiga entoada para orisa Ogún, este convida a todos os presente a dançar e desbravar os mistérios do caminhos do desconhecido:

 

Ògún wá jó                                                      Ogun vem dançar

E màrìwò                                                        Com mariwo

Àkòró wá jó                                                    Akoro ( titulo de Ogun ) vem dançar

E màrìwò                                                        Com mariwo

Ògún pa lépan ( n )                                          Ogun limpa os caminhos

Ògún wá jó                                                      Ogun vem dançar

E màrìwò                                                        Com mariwo

E máa tú eiye                                                  Fazendo sacrificio com passaro

 

 

Na seqüência do sire a próxima cantiga a ser entoada lembra, as antigas pessoas do candomblé que eram convidadas a sua casa e lá iam com suas roupas finas de santo, para o ritual.

 

 

 

A wá siré Ògún o                                            Vamos à festa de Ogun

E rù jòjò                                                         Levamos nossas roupas finas

A wá siré Ògún o                                            Vamos à festa de Ogun

E rù jòjò                                                         Levamos nossas roupas finas

E rù jéjé                                                         Levando com tranquilidade, com calma

 

 

 

A próxima cantiga mostra o poder real do orisa, em suas funções, mas podendo ser invocado para socorrer os que estão em momento difíceis.

 

 

 

Ajàgunà ( n ) gbà wa o                        Ajagunan nos acuda, nos socorra

Ajàgunà ( n )                                       Ajagunan

Elémòsó                                              Senhor dos lindos ornamentos

Bàbá Olórogún                                     Pai, dono das guerras

Ajàgunà ( n )                                        Ajagunan, nos acuda, nos socorra

 

 

Ajàgunà ( n ), Elémòsó    -São titulos de Osogiyan, seu nome era Akínjole, filho de Ògìriniyán, e recebeu o titulo de Eléjìgbò.

 

A cantiga a ser entoada a seguir exalta do o poder de Olódùmarè, o Ser Supremo.

 

Oní Sáà’wúre                                      Senhor de toda a existência

Sáà’ wúr’àse                                       Rogamos benção e força

Oní Sáà’wúre                                      Senhor de toda a existência

O béè rí o mó ( n )                              Assim seja, novamente

Oní sàà’wúre                                       Senhor de toda  existência

Sáà’wúr’àse                                        Rogamos bençãos e força

Bàbà                                                   Ao Pai

Oní Sáà’wúre                                      Senhor de toda a existência

O béè rí o mó ( n )                              Assim seja, novamente.

 

 

Em outro toada faz lembrar a voz de Òsun, é o movimento das águas, ou seja, elas correm nos lugares próximos e rápidas nos lugares profundos, e como se tivesse limpando por cima e por baixo:

 

 

Máa bò ya                                           Habitualmente ela vem rapido

Ìyá bò ya                                             Mãe, vem depressa

Omi jéjé                                               Mãe das águas calmas

Omi ní bu                                             e das águas profundas

Máa bò ya                                           Venha

Ìyá bò ya                                             Mãe, venha depressa.                          

 

 

 

 

                                                           “ÒRÍ MÈJÍ”

                                   ori = cabeça  +  mèjí e/ou èjí = segundo e/ou dois

 

Seguindo a política de buscar a melhor informação e a mais coerente, ficamos a que nos fora relatado por pessoas mais antigas, as quais no meu modo de entender sempre são sólidas e dotada de grande sabedoria e pautada na cautela que cada assunto assim merece.  Portanto temos as seguintes considerações para o assunto em pauta.  Na cultura Yoruba é um caso extremamente particular, Ori Mèjí, ou seja, em uma mesma cabeça diz ter dois Orisa junto, não confundir com Orisa Olori, ou Orisa adjunto, os Orisa juntos formam um só, porém a individualidade de ambos será sempre preservada.   Na pessoa que esta situação se apresenta existem partes iguais destes dois Orisa, inclusive influenciando em sua personalidade, o sacerdote e/ou sacerdotisa, que iniciar uma pessoa com tais características no culto dos Orisa, terá que verificar varias vezes através do jogo de búzios para poder se certificar de que os Orisa estão juntos e não confundi-los como primeiro e segundo Orisa, como podemos citar em exemplos:  Qual deste Orisa exerce maior influencia sobre o Ori, ao assentá-lo, quando da iniciação ao culto dos Orisa, no mesmo Igba serão colocados os elementos de ambos o que fará com que as energias convivam em plena harmonia, nesta situação O Èsú a ser assentado é um só, embora o Ori também sofra a influencia dos dois Odu, pois estes se antepõem aos orisa, e se analisarmos esta característica através do aspecto biológico vamos entendê-la melhor, ou seja, caso de mulheres gemeliparas, que deu a luz a filhos gêmeos, já que estas condições são determinadas pelas mulheres, pois um espermatozóide fecundo um ovulo de cada vez, e este é que divide em dois, fazendo um paralelo entre a condição de gemelar.   No Ori Mèjí vamos encontrar pontos idênticos, como por exemplo:  O Odu que determinará esta condição é um só, a determinação é por linha materna, tal qual os nascimentos dos gêmeos, que um nasce sempre primeiro que o outro, conseqüentemente será também alimentado em primeiro lugar, embora sejam distintos têm muitos aspectos incomuns.   Em casos de gêmeos a personalidade, temperamento, gosto, vontade, o querer são individualizados, assim também ocorrer com Ori Mèjí, através do jogo de búzios por odu podemos detectar qual dos dois Ori ( Orisa ) dos dois Odu serão oferendados em primeiro lugar, pois aí também prevalece a hierarquia, embora o Ori Mèjí abrigue dois Orisa, o Orisa adjunto aparecerá nos casos dos Orisa serem “ iguinos”, abrandamos a situação com varias obrigações necessárias ao bom andamento das obrigações da pessoa.

 

 

 

“ÒRÌSÀ  ÈSÙ”

 

 

                        Principal Òdú de Èsú:   ÒKÒNRAN, ÒWÒNRÍN

           

 

 

Èsú  para uns, é um Orisa como todos outros, mas que raramente se tem notícia que uma casa de santo tenha recolhido um filho deste orisa, e na maioria das vezes que a pessoa é deste orisa, o babalorisa na hora da feitura  o consagram para o orisa Ogun.   Ao contrário do que é feito em África, que as pessoas consagradas a Èsú ficavam orgulhosas disso. No Brasil em virtude do sincretismo que fizeram a Èsú e/ou diabo, preferem serem mencionadas como de Ogun, para não serem discriminadas.

Èsú Yanjí, segundo a historia Atòrun dòrun Èsú, delega a divida: o que foi projetada pôr ele será restituído através dos ebos efetuados pôr todos os elementos procriados. Esse mecanismo, que consiste em transferir a um outro a restituição do ase absorvido, é fundamental para a compreensão dos rituais de oferenda e da dinâmica do sistema.  A oferenda é que permite manter a integridade de cada indivíduo; controlada pôr Èsú Elebo, ela permite ao Èsú acompanhante exercer sua função de principio dinâmico, desenvolver e expandir a existência de cada pessoa.  Assim com os devidos respeitos, saudarão ao  IMOLÉ ÈSÚ

Mo  ju  iba, Èsú  Oba  Baba  awón  Èsú  Iba  se, o |

                      Saudações, Èsú Senhor e Pai de todos os Èsú

                                Que esta homenagem se cumpra

 

E pedimo-lo Ago/licença para citar o seu Orisirisi/Contos  onde se fala de seus dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá. E que são tão deixado de lado até pêlos seus El’èsú – Sacerdote de Èsú.   Os antigos Africanos nos transmitem que os assentamentos de Èsú na África seriam feito em pedras ( okutá ) chamadas de Yanjí, as quais seriam o próprio Èsú, segundo ainda conta que Èsú chegou a ser Rei de Ketu,  bem como, seria ele filho de Orunmila e Osùn.  Sua ferramenta em especial serve para transportá-lo a qualquer lugar e em qualquer situação.   Este orisa é o senhor do poder de tudo aquilo que tem quentura na face da terra, como ( o fogo – iná ), sangue vermelho ( ejé pupa ), pimenta da costa ( ataare ), bebidas ( oti ), azeite de dendê ( epó pùpá ).   Ainda em outras lendas e/ou passagens deste Orisa diz ele ter 21 Èsé.   Èsú em África não bebe cachaça e sim diversas outras bebidas como gim , vinho branco no novo mundo, sua bebida natural é o emú ( vinho de palmas ). Seu ritual principal é o Ipade ( ato de reunião e participação ), no entanto, sua predileção é o azeite de dendê que é revitalizante e energético, nunca esqueça de agradar este orisa, pois assim o fazendo sempre irá proporcionar felicidade, alegrias e fartura tanto para  a pessoa que faz seu culto, bem como, para sua comunidade. Aqui contamos seus  dezesseis “ÈSÉ”, os quais todos ligados a Ifá, a seus 16 Odú, dentre os fundamentos dos Iton Ifá “ Contos de Ifá” de Ilè Ifé.

   “SÃO  EM NÚMERO DE DEZESSEIS OS TÍTULOS DE ÈSÚ ”